Terceira fase da Adutora do Algodão foi concluída e água chegará a Lagoa Real e Ibitira
A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) informou nesta quinta-feira (23) que concluiu a terceira fase da Adutora do Algodão, extendendo a rede até a cidade de Lagoa Real.
De acordo com a estatal, a conclusão ocorre em um momento em que a barragem de São Pedro e a barragem do Córrego secaram por falta de chuva. O abastecimento na cidade foi mantido com a abertura de cinco poços, que não produziam água suficiente para a demanda da cidade.
Ainda segundo a Embasa, após os últimos testes na adutora, a água do rio São Francisco chegará a Lagoa Real, normalizando o abastecimento no município. A água também deve chegar em breve ao distrito de Ibirita, no município de Rio do Antônio. Nesta etapa são 72 quilômetros de tubulações que contribuirão para o abastecimento de cerca de sete mil famílias.
A Embasa informou que está investindo na diversificação de mananciais para garantir a continuidade do abastecimento durante a estiagem em decorrência do fenômeno El Niño, que causa redução do volume de chuvas na Bahia. As ações incluem a perfuração de novos poços em diversos municípios e o monitoramento intensivo dos rios onde atualmente a empresa capta água, além de melhorias e interligações entre sistemas.
“Estamos tomando as medidas possíveis para enfrentar a estiagem causada pelo El Niño, que coloca em risco a disponibilidade de água em parte dos nossos mananciais”, explica o presidente da Embasa, Leonardo Góes. “Fizemos um levantamento dos sistemas mais vulneráveis e estamos iniciando medidas de curto, médio e longo prazo para garantir a continuidade do fornecimento de água para a população nessa situação atípica”, conclui.
Água de Ceraíma
Apesar da captação no rio São Francisco, em Malhada, o último boletim de alocação disponibilizado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), referente aos mesmo de junho, julho e agosto, mostra que Sistema Integrado de Abastecimento de Água (SIAA) do Algodão foi o maior consumidor do reservatório da barragem de Ceraíma, em Guanambi.
Foram retirados em média cerca de 262,23 litros por segundo (l/s) para abastecer Caetité e os distritos de Maniaçu, Lagoa de Dentro e Lagoa de Fora, além de Morrinhos (Guanambi).
Os números mostram que também foram retirados em média 84 l/s para complementar o abastecimento em Guanambi.
Diante de uma situação de incertezas quanto à regularidade das chuvas, irrigantes do Perímetro Irrigado de Ceraíma e lideranças políticas locais têm se mobilizado para pedir que a Embasa deixe de retirar água da barragem e passe a usar apenas a retirada do Rio São Francisco para o abastecimento humano da região.
O nível do reservatório chegou a pouco mais de 50% no início do mês.
Impacto da falta de chuvas
Em Piripá, na região de Vitória da Conquista, a falta de chuvas deixou a barragem do rio Bonito em nível crítico e um dos poços reduziu a produção de água. Para normalizar o fornecimento, a Embasa está trabalhando para aumentar a produção da estação de tratamento do município vizinho de Condeúba, e direcionar todo o excedente para Piripá. Em paralelo, a empresa está perfurando mais oito poços. A longo prazo, a empresa irá implantar uma captação de água na barragem de Anagé, com uma nova adutora fazendo a integração dos sistemas.
Em Lajedinho, a captação no rio Utinga secou no final de outubro e o abastecimento está ocorrendo com água captada no rio Bonito. Para completar o volume necessário para atender a demanda, além de perfurar um novo poço, a Embasa solicitou ao Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) a fiscalização para disciplinar o uso de bombas de captação de água no curso do rio Utinga, já que a prioridade do uso da água, em contexto de escassez hídrica, conforme a legislação, é o abastecimento humano.
Importância do reservatório – Para manter o abastecimento diante de interrupções no fornecimento, que podem ocorrer nesse contexto de estiagem, é fundamental contar com reservatório em casa. “Com um reservatório de tamanho adequado ao consumo dos moradores, é possível contar com uma reserva de água para os momentos mais críticos ou para quando há alguma manutenção na rede distribuidora”, orienta o diretor de Operação da Embasa no interior, Gildeone Almeida.
No caso da Região Metropolitana de Salvador, os mananciais não apresentam risco imediato, mas o aumento do consumo em decorrência do calor pode causar um retorno mais lento do sistema em casos de interrupção. Por isso, também é importante contar com uma caixa d’água. “Em um sistema grande e complexo como o de Salvador, o aumento do consumo pode reduzir a pressão da rede, dificultando a chegada da água nos locais mais altos. Com o reservatório, é possível guardar a água que chega nos momentos de menor consumo na rede”, explica Manuella Andrade, diretora de Operação da Embasa na RMS.
Da Agência Sertão com informações da Embasa