13/02/2020 às 05h30min - Atualizada em 13/02/2020 às 05h30min
Prédio dos pombos preocupa população de Guanambi


GUANAMBI – Um prédio abandonado na Rua São José, no bairro Vomitamel, em Guanambi,na região Sudoeste da Bahia, foi apelidado pelos moradores de “prédio dos pombos”,por abrigar várias aves,mas os animais se abrigam em outros pontos da cidade.

Conforme especialistas ouvidos pela reportagem, os pombos podem causar doenças de pele relacionadas ao piolho de pombo, através do um parasita (ácaro) que pode transmitir doença sistêmica, como meningite, doença fúngicas e bacterianas.

“Essas doenças vêm das fezes. A inalação dessas fezes pode transmitir essas doenças, que são muito perigosas e podem causar óbito. Em contato com as fezes dessas aves, o indivíduo poder ter alergia, como dermatite de contato e processos inflamatórios, comenta um dermatologista.

Em nota enviada ao portal Folha do Vale, o secretário de Saúde André Moitinho afirmou que o aumento dessas aves se deve a três fatores: a oferta de abrigo, com muitas casas e prédios, a ausência de predadores, como gaviões, e o fácil acesso a comida.

Nota da Secretária de Saúde

“A ocupação desordenada pelo homem de espaços para a construção de casas, prédios e, até bairros, que antes eram destinados à natureza, está provocando graves problemas. Cada vez mais é possível ver animais silvestres em centros urbanos e essa convivência forçada pode ser prejudicial à saúde da própria população.

E um desses problemas é a proliferação de pombos nas cidades. Aparentemente inofensivos, esses animais podem trazer danos a nossa saúde. O principal risco são as doenças causadas pelas fezes dessa ave. Quando elas secam, acabam se misturando a poeira e ao ar e acabamos inalando, podendo nos contaminar com fungos e bactérias responsáveis por doenças nos aparelhos respiratório e digestivo, inclusive, com a Salmonela, bactéria responsável por causar vômito e diarreia.

O aumento das aves se deve a três fatores: a oferta de abrigo, com muitas casas e prédios, a ausência de predadores, como gaviões, e o fácil acesso a comida. Por isso, para evitar a proliferação, a primeira medida a ser tomada é não alimentar os pombos. “Quando damos comida, os pombos acabam se acostumando e ficam alojados nas casas”.

Os pombos são aves silvestres de montanhas, por isso, na cidade, se acostumam a fazer ninhos em locais altos como prédios, telhados e forros de casas e construções inacabadas e abandonadas. Outro ponto que deve ser reforçado para reduzir a proliferação das aves é impedir que façam ninhos nesses locais, isolando com telas ou fios e linhas qualquer fresta ou local que possa abrigar seu ninho. “Os pombos são animais fiéis. Passam muitos anos com o mesma parceira, por isso, ao encontrar o ninho, deve destruí-lo para evitar a procriação”.

Vale ressaltar que existe uma lei (Lei Ambiental Nº 9605/98) que proíbe a ação de matar ou causar sofrimentos aos animais, podendo sofrer as sanções penais e administrativas.

Por ser considerada uma espécie nociva, é autorizado o controle e manejo ambiental dos pombos por empresas especializadas, devidamente habilitadas perante o Órgão Ambiental competente, desde que observadas as legislações vigentes nos âmbitos federal, estadual e municipal.

A eliminação da espécie só é permitida após esgotados todos os outros meios de controle e manejo previstos em lei, ou seja, não podem simplesmente ser eliminados como cupins ou ratos.

Pombos são aves que causam caos nos centros urbanos. Mesmo com seus malefícios, que são transmissão de doenças e danos aos patrimônios públicos e privados, eles não podem ser eliminados indiscriminadamente.

De acordo com a lei 9605/98 e o Decreto 6514/08 é proibido matar e perseguir espécies da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória”.

Os pombos não podem ser eliminados, mas sim manejados por técnicos especializados e seguindo normas vigentes de controle ambiental.

O fato dos pombos provocarem doenças não necessariamente significa que seja a Secretaria de Saúde a responsável por tal manejo. Um buraco na rua causa acidente, a poeira da rua não calçada causa doenças alérgicas, problemas no trânsito geram graves problemas de saúde, só para citar alguns, e nem por isso a Saúde tapa buraco, calça rua ou controla velocidade no trânsito, a Saúde apenas fica com os prejuízos causados pelas falhas em outras áreas.

A questão dos pombos deve sim ser encarada de frente, a Secretaria de Saúde estará também à disposição para esse controle, mas juntamente com o setor do Meio Ambiente e participação de toda sociedade.

André Moitinho, Secretário de Saúde de Guanambi.

 

Folha do Vale

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