Mulher de 20 anos morreu dez dias após ter sido espancada e arrastada em Guanambi
Uma jovem de 20 anos, identificada como Vitória Bisão dos Santos Ferreira, morreu nesta terça-feira (1º), após ficar internada por dez dias em estado grave no Hospital Geral de Guanambi (HGG). O caso está sendo enquadrado pela polícia como feminicídio.
De acordo com informações apuradas pela reportagem, ela teria sido espancada e ainda arrastada em uma motocicleta. No entanto, ao ser levada ferida para unidade de saúde no dia 22 de julho, familiares do suspeito, um jovem com quem ela mantinha um relacionamento, informaram que a situação foi causada por um acidente de trânsito.
Já os familiares de Vitória, dias depois, ao saberem do seu estado de saúde, fizeram uma denúncia ao Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher (Neam), informando que ela teria sido vítima de agressão por parte do ex-companheiro, cuja identidade ainda segue mantida em sigilo pela polícia.
De acordo com o delegado Clécio Magalhães, titular da 22ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (22ª Coorpin), tudo aconteceu no povoado de Carnaíba, na zona rural do município, distante 12 quilômetros da cidade, onde o suspeito mora com familiares.
Já Vitória morava em Pedregulho, no interior de São Paulo, município da Região de Franca. As informações repassadas pela família são de que eles se conheceram na cidade e tiveram um filho. Recentemente eles se mudaram para a Bahia. Parentes da jovem já estão em Guanambi providenciando a liberação e o translado do corpo para a cidade natal de Vitória.
O coordenador informou que o inquérito policial foi instaurado no Neam de Guanambi, para investigar o feminicídio e que já foi solicitada a prisão preventiva do suspeito. Ele disse também que diligências estão sendo realizadas para tentar localizá-lo.
O caso foi mantido em sigilo por vários dias, até que nesta terça-feira (1º), alguns profissionais de imprensa foram alertados sobre o fato e questionaram as autoridades policiais sobre o ocorrido. O comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar (17º BPM), Tenente Coronel Hamilton Ferreira, disse que ficou surpreso com a informação, pois não encontrou nenhum registro sobre essa situação na corporação, ao mesmo tempo em que lamentou o ocorrido e anunciou medidas para reforçar a atuação da Ronda Maria da Penha na região.
A direção do Hospital Geral de Guanambi (HGG) informou que por força da legislação vigente, fornece dados de pacientes somente para familiares. Questionada sobre como foi feita a comunicação à polícia do caso, a instituição informou que seguiu todos os trâmites conforme protocolos existentes. A direção do HGG ressaltou que casos relacionados a violência doméstica, sexual e/ou outras violências interpessoais são devidamente notificados conforme protocolo do Ministério da Saúde.
Tiago Marques - Agência Sertão