15/12/2019 às 07h47min - Atualizada em 15/12/2019 às 07h47min
Mestranda da Universidade Federal de Santa Maria produz energia elétrica com vapor, papel e grafite


Uma aluna de mestrado da Universidade Federal de Santa Maria, na Região Central do estado, conseguiu produzir energia elétrica com vapor, papel e grafite.

Por enquanto, unindo cerca de 20 quadradinhos de papel já é possível fazer piscar um painel com 45 lâmpadas de led. O custo do material é de cinco centavos. A cada dez segundos a pilha se recarrega, e já foi testada mais de 40 mil vezes.

 

A meta da mestranda em química Kelly Schneider Moreira é aperfeiçoar o estudo nos próximos anos para conseguir fazer funcionar luzes de emergência e, quem sabe, abastecer uma casa no futuro.

 

A aluna descobriu qual ácido e qual base precisam ser adicionados ao papel com grafite para fazer a produção de energia triplicar.

 

A gente testou aproximadamente de 30 a 40 substâncias diferentes. Montamos diversos tipos de pilhas, testamos geometria, buscando melhor eficiência. E aí foi através desses vários testes que nós chegamos no sulfato de ferro e o hidróxido de sódio como sendo os melhores modificadores da superfície", explicou a aluna.

 

"O material ficou muito barato. A gente usa papel kraft, que é esse papel de pão, junto com grafite, que é usado nas lapiseiras, e lápis. Além de ser um material muito barato, a gente pulou três vezes de energia. Tem três vezes mais energia do que antes desse trabalho", disse o professor de física Thiago Burgo.

 

Dez anos antes

 

A geração de eletricidade, usando partículas de água que estão no ar, foi descoberta há 10 anos, na Universidade de Campinas, em São Paulo, por acaso, quando o professor Thiago Burgo participava de uma outra pesquisa.

 

"Esse foi um acidente. A gente estava tentando fazer outras coisas e percebeu que em algum momento nosso instrumento de medida parecia doido. A gente trocou o instrumento, trocou o material, mas sempre tinha esse mesmo fenômeno".

A descoberta ganhou o nome de hidroeletricidade, que é a produção de energia usando o vapor de água presente no ar, mas só agora, uma década depois, durante uma pesquisa de mestrado foi possível acender algumas luzes.

 

A energia é produzida quando as moléculas de água, presentes no ar, se quebram naturalmente e formam íons, que são cargas negativas ou positivas. Elas são captadas pelo carbono, encontrado nas placas de grafite. Quando várias placas de grafite são colocadas em sequência, elas formam uma espécie de pilha, de onde sai a eletricidade.

 

Por Tiago Guedes, RBS TV

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