Influenciador alvo de operação contra rifas ilegais ostentava iPhone de ouro avaliado em R$ 42 mil
O influenciador digital de Belo Horizonte que foi alvo de um mandado de busca e apreensão nesta terça-feira (20) ostentava um iPhone banhado a ouro. Segundo a polícia, o aparelho é avaliado em cerca de R$ 42 mil.
Trata-se de um iPhone 12 Pro Max, banhado em ouro 24 quilates e com a assinatura de uma marca de relógios de luxo. Além disso, também foram apreendidos o passaporte dele, carros de alto padrão, um computador, uma máquina de contar cédulas, cartões e documentos.
Conhecido como Nelio Dgrazi, ele tem mais de 1,3 milhão de seguidores nas redes sociais e foi alvo de uma operação deflagrada pela Polícia Civil do Paraná, que investiga ele e outro influenciador suspeitos de promover rifas ilegais de veículos e valores em dinheiro nas redes sociais.
As equipes cumprem seis mandados de busca e apreensão nos municípios de Rio Branco do Sul (PR), Itapema (SC), Balneário Camboriú (SC) e Belo Horizonte (MG).
Conforme o delegado Gabriel Fontana, do Paraná, além da promoção ilegal de rifas, os suspeitos também são investigados por lavagem de dinheiro, associação criminosa e crime contra a economia popular.
A Justiça também autorizou o bloqueio de aproximadamente R$ 25 milhões na conta dos investigados, valor obtido por meio de rifas no último ano.
O g1 tenta contato com a defesa de Nelio Dgrazi.
Apreensões em Santa Catarina
vUm outro influenciador e familiares dele foram alvo de busca e apreensão em Balneário Camboriú (SC). A polícia recolheu carros e motos de luxo, joias, um videogame e bolsas de marca.
As contas dos suspeitos nas redes sociais, além de um site onde realizavam os sorteios, foram suspensos.
O delegado ressalta que as rifas de veículos e valores só podem ser realizadas forem autorizadas pelo Ministério da Fazenda.
Como funcionava
O delegado explica que, nos sorteios, o comprador ganha um "número da sorte" entre 1 e 9.999.999.
“Acontece que nos sorteios regulares, baseados na loteria federal, são utilizadas somente 5 dezenas, em composições que variam de 01 a 100.000. Há fortes indícios de que tais sorteios sejam fraudados para que os valores nunca saiam de dentro do grupo criminoso”, explicou.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de lavagem de capitais, associação criminosa, crime contra a economia popular e pela contravenção de promoção de jogo de azar.
Por Fernando Zuba, Júlio César Santos, TV Globo — Belo Horizonte